quarta-feira, 24 de maio de 2017

COMO ESCOLHO MEUS AMIGOS










"Escolho meus amigos não pela pele ou outro 
arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito 
nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias 
e aguentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem
 das diferenças 
e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada
 e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, 
quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, 
metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles 
que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
 mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor
 do vento no rosto; e velhos, para que 
nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, 
crianças e velhos, nunca me esquecerei 
de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril". 
Oscar Wilde







ME CHAME DO QUE QUISER







"Me chame do que quiser.
Se parece ingênuo que eu acredite nas pessoas, 
que me chamem de tola. 
Se parece impossível que eu queira ir onde ninguém 
conseguiu chegar, que me chamem de pretensiosa. 
Se parece precipitado que eu me apaixone
 no primeiro
 momento, 
que me chamem de inconsequente. 
Se parece imprudente que eu me arrisque
 num desafio,
 que me chamem de imatura. 
Se parece inaceitável que eu mude de opinião, 
que me chamem de incoerente. 
Se parece ousado que eu queira o prazer todos
 os dias, 
que me chamem de abusada. 
Se parece insano que eu continue sonhando, 
que me chamem de louca. 
Só não me chamem de medrosa ou de injusta,
 porque eu vou à luta com muita garra 
e muita vontade de acertar. 
E foi lutando que eu perdi o medo de ser ridícula,
 de ser enganada, de ser mal entendida, 
perdi, na verdade, o medo de ser feliz". 
Vanessa