quarta-feira, 1 de maio de 2013

O QUE EU QUERO



 

Quero tudo
E nada
Ao mesmo tempo.
Tento dizer tudo,
Dizendo pouco,
Ou então nada,
Dizendo demais.

Mas jamais pensei!
Jamais tentei,
Dizer o absoluto.
Luto para dizer,
Para fazer valer,
O que quero
Mas espero a vida dizer,
 O que espera.

E a vida me desafia tanto!!!
Faço, portanto,
Desafio-poesia,
Poesia-desafio.
Sempre pra fazer valer,
O que a Vida
Tem a dizer.
Lola 

HOMENAGEM AO TRABALHADOR





O QUE VAI NA MARMITA...

O que vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, vai arroz e vai feijão.
Com certa sorte, farofa ou macarrão,
e talvez couve, talvez ovo,
talvez uma mistura diferente
uma surpresa, um presente.

Na marmita vai um certo amargor:
o travor da submissão,
os ossos da servidão,
a enorme fome da liberdade utópica,
do inexeqüível lazer,
do que há por fazer,
das horas na condução,
da inatingível satisfação.

O que mais vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, além do arroz e do feijão,
vai também um certo dulçor:
Um gosto de paz e de amor.
o tempero da casa,
a sensação do descanso,
a lembrança do sossego
das horas passando mais devagar.
a saudade dos filhos,
reminiscências de alegria,
recordações de inocência.

A marmita leva ainda
a ternura caprichosa da mulher,
o afeto carinhoso no preparo da bóia.
E durante a refeição,
Na meiga imagem da companheira
a marmita é cúmplice faceira,
e leva o prazer em sobejo:
em cada ingrediente um desejo,
em cada garfada um beijo!
Oldney Lopes
 
 

 
 Me bateu uma certa nostalgia ao ler este poema. 
Sei do descaso do Brasil pelos trabalhadores, principalmen te, os rurais,
 temporários, sem leis, sem garantia nenhum. Em muitos dos casos,
 trabalhadores escravos, sem  as mínimas condições de trabalho, tratados
 em sua maioria, como animais.
E admiro ainda, que muitos trabalham felizes, agradecendo a Deus 
pela oportunidade, que muitos nem têm.
Parabéns, trabalhador brasileiro, que, com sua dignidade, seus esforços, 
sua anonimidade constroem este país.



O QUE INTERESSA




Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares,
em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.