sábado, 1 de dezembro de 2012

A FAXINA



Estava precisando fazer uma faxina em mim...
Jogar alguns pensamentos indesejáveis fora
Lavar alguns tesouros que andavam meio que enferrujados...
Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões...
Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei...
Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li...
Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas
E as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas.

Fiquei sem paciência!

Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão:
Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis 
que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, 
lembranças de um dia triste...
Mas, lá também havia outras coisas... e belas!
Um passarinho cantando na minha janela
Aquela lua cor de prata, o pôr-do-sol...

Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada 
uma daquelas lembranças...
Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.
Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor
 que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam
 na prateleira de cima, pois quase não as uso, 
e também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto,
 para depois ver o que farei com elas, se as esqueço
 lá mesmo ou se mando para o lixão.
Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente 
guarda tudo o que é mais importante:
O amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé
 para os momentos que mais precisamos...

Como foi bom relembrar tudo aquilo!

Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho
 os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um 
paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as a mostra,
 para não perdê-las de vista.
Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância,
 na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurado bem
 à minha frente, coloquei a minha capacidade
 de amar e de recomeçar!
Desconheço o autor