quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Meu pai

Meu pai sempre foi
um homem valente e corajoso,
mas também muito enégico,
autoritário e genioso.

Este seu comportamento
sempre trouxe conflitos.
Com seu forte temperamento,
deixava todos aflitos.

Algumas vezes, foi até violento.
Gritava, xingava e até batia.
A gente tímida e medrosa,
no mato se escondia.

A mamãe, coitada,
sempre submissa,
e sem sua fragilidade,
era sempre omissa.

Porém, atrás desse comportamento,
havia um homem docil e carinhoso.
Capaz de amar e proteger,
com um gesto sempre bondoso.

À noite, cansado do trabalho,
sentava, e todos ia abraçar.
Contava lindas histórias
e depois, ensinávamos a rezar.

E assim crescemos
com o papai sempre do lado.
Com ele tudo aprendemos,
ouvíamos tudo calados.

E, hoje, papai é
uma sombra do passado.
Cadê aquele homem forte?
Está totalmente debilitado.

É triste, hoje, ver meu pai,
já com a idade avançada,
os passos lentos e trêmulos,
com a expressão sempre cansada.

Parece carregar o mundo,
tão lento é seu caminhar.
Mas é o peso dos anos
que o deixa assim, sem forças para lutar.