terça-feira, 18 de setembro de 2012

EFÊMERO



Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera,
 talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora
 as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. 
Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que 
nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que,
 pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. 
A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando 
esse Éden e tampouco aquelas flores que 
foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco.
 De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos 
minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar; 
falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
 Não damos o abraço que tanto nossa alma pede,
porque algo em nós impede essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso 
"porque não estamos acostumados com isso" 
e não dizemos que gostamos porque achamos
 que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece
 e continuamos os mesmos, fechados em nós. 
Reclamamos do que não temos, ou achamos que 
 não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida.
 De nós mesmos. Nos consumimos.
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles
 que possuem mais que a gente.
 E se experimentássemos comparar com aqueles
 que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, 
 porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. 
E então nos perguntamos: e agora?!
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa,
 de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa,
 de agradecer pelo que temos.  
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, 
dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. 
Não olhe para trás. O que passou, passou. 
O que perdemos, perdemos. 
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras
 ao nosso redor.
 Ainda é tempo de voltar-se para Deus 
e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, 
ainda está em nós. 
                                                 Letícia Thompson 


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