domingo, 8 de agosto de 2010

Se melhorar estraga

“Luis é o tipo de cara que você gostaria de conhecer”.“Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para
dizer”.

Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo:

“Ah.. Se melhorar, estraga”.

Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o
seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.

Ele era um motivador nato.

Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luis estava sempre dizendo
como ver o lado positivo da situação.
Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei:

“Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo”.

“Como faz isso” ?

Ele me respondeu:
“A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo”:

“Luis, você tem duas escolhas hoje:
Pode ficar de bom humor ou de mau humor.

Eu escolho ficar de bom humor”.
Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou
aprender alguma coisa com o ocorrido.

Eu escolho aprender algo.
Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou
mostrar o lado positivo da vida.

Certo, mas não é fácil – argumentei.

É fácil sim, disse-me Luis.
A vida é feita de escolhas.

Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha.

Você escolhe como reagir às situações.
Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor.

É sua a escolha de como viver sua vida.

Eu pensei sobre o que o Luis disse e sempre lembrava dele quando
fazia uma escolha.
Anos mais tarde, soube que Luis um dia cometera um erro, deixando a
porta de serviço aberta pela manhã.

Foi rendido por assaltantes.

Dominado, e enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo
nervosismo, desfez a combinação do segredo.

Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele.

Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um
hospital..
Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve
alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.

Encontrei Luis mais ou menos por acaso.
Quando lhe perguntei como estava, respondeu:
“Se melhorar, estraga”.

Contou-me o que havia acontecido perguntando:
“Quer ver minhas cicatrizes”?
Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em
sua mente na ocasião do assalto.

A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de
trás, respondeu.
Então, deitado no chão, ensangüentado, lembrei que tinha duas escolhas:

“Poderia viver ou morrer”.

“Escolhi viver”!
Você não estava com medo? Perguntei.
“Os para-médicos foram ótimos”.

” Eles me diziam que tudo ia dar certo e que ia ficar bom”.
“Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e
enfermeiras, fiquei apavorado”.
Em seus lábios eu lia:

“Esse aí já era”.

Decidi então que tinha que fazer algo.
O que fez ? Perguntei.
Bem. Havia uma enfermeira que fazia
muitas perguntas.

Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa.
Eu respondi: “sim”.

Todos pararam para ouvir a minha resposta.

Tomei fôlego e gritei; “Sou alérgico a balas”!
Entre risadas lhes disse:

“Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um
morto”.
Luis sobreviveu graças à persistência dos médicos… mas sua atitude é
que os fez agir dessa maneira.
E com isso, aprendi que todos os dias, não importa como eles sejam,
temos sempre a opção de viver plenamente.

Afinal de contas,

“ATITUDE É TUDO”.

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