"Algo invisível chegou e colocou tudo no lugar.
De repente, os combustíveis abaixaram, a poluição
abaixou, as pessoas passaram a ter tempo, tanto tempo
que nem sabem o que fazer com ele.
Os pais estão com os seus filhos em família.
O trabalho deixou de ser prioritário,
as viagens e o lazer também.
De repente, silenciosamente, voltamo-nos para dentro
de nós próprios e entendemos o valor da palavra
solidariedade.
Num instante, damos conta que estamos todos
no mesmo barco: rico e pobre.
Que as prateleiras do supermercados estão vazias
e os hospitais cheios.
Que o dinheiro e os seguros de saúde que
o dinheiro pagava não têm importância, porque
os hospitais privados foram os primeiros a fechar,
nas garagens ou nos parqueamentos estão parados
os carros igualmente o topo de grama ou ferro
velhos antigos, simplesmente, porque ninguém pode sair.
Bastaram meia dúzias de dias para que o universo
estabelecesse a igualdade social que se dizia
ser impossível de repor.
O MEDO invadiu todos.
Que ao menos isso sirva para darmos conta
da vulnerabilidade do ser humano.
Não esqueçam...
Afinal, somos bem mais iguais do que
muitos pensavam!
Agora, não há dinheiro, profissões, doutores
ou varredores de lixo, casas e carros de luxo,
roupas caras, status...
Pobres e ricos, anônimos ou famosos, bonitos
ou feios, sem diferenciação de raças, cores, religião,
politicas ou orientação sexual...
Bastaram meia Dúzia de Dias".
Desconheço a autoria
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