"As pessoas hesitam atravessar a ponte da indiferença,
porque temem o encontro com a própria
dor ou condição.
Nos imaginamos sempre jovens, bonitos,
saudáveis e completos.
Não imaginamos as perdas, a solidão, a velhice,
a invisibilidade diante de uma sociedade
que prefere fazer-se cega.
O "isso só acontece com os outros" toca mais nosso coração
que o "e se fosse comigo?
E se fosse eu a ter perdido uma perna, o emprego,
o amor ou minha dignidade?
Se os corações conseguissem criar asas de vez
em quando e colocar-se no lugar do outro,
eles seriam mais abertos, menos cerrados
e mais receptivos.
Eles teriam olhos, ouvidos atentos,
braços imensamente longos.
Evitamos os caminhos pedregosos, evitamos
as situações impossíveis e as lágrimas alheias.
Pensamos que não somos responsáveis pelos males da
sociedade e por isso mesmo não devemos nos envolver.
Nunca nos vemos desse lado da ponte onde carências
existem e nem nos passa pela cabeça
que o fio que separa um lado do outro seja tão ínfimo,
tão frágil, tão delicado.
Colocar-se no lugar do outro dói menos
que estar no lugar dele. Mas nem essa linha
queremos atravessar.
Se o fizéssemos haveria menos solidão, mais
compreensão,
menos suicídios, mais esperança,
menos marginalização
e uma possibilidade muito maior de um dia,
se por acaso estivermos, pelos contrários da vida,
do outro lado, uma mão estendida na nossa direção.
Que o seu Caminho, a sua Verdade, e a sua Vida
seja somente Jesus Cristo"!
Desconheço a autoria
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