terça-feira, 21 de novembro de 2017

LOUCOS E SANTOS





"Escolho meus amigos não pela pele ou outro
 arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito
 nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agu
entem o
 que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças
 e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada 
e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, 
quero
 também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira,
 metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles 
que fazem da realidade
 sua fonte de aprendizagem, 
mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor 
do vento no rosto; e velhos, 
para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios,
 crianças e velhos, nunca me esquecerei de 
que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Desconheço a autoria










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