"Como o barro é para o oleiro,
assim nós somos para o amor.
Ele nos modela a todo instante,
para que a ideia se transforme na obra
que, potencialmente, somos.
Trabalha em silêncio,
enquanto giramos no torno da vida.
As circunstâncias que experimentamos
não são outra coisa, senão os movimentos
das mãos do amor em nós.
Incluindo.
Retirando excessos.
Burilando.
Levando-nos a fornos de temperaturas
altíssimas.
Esmaltando-nos, com cuidado artístico.
Devolvendo-nos a fornos ainda mais quentes,
para podermos cintilar depois.
Para nos tornarmos os belos recipientes capazes
de contê-lo e fazê-lo expandir".
Ana Jácomo
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