"Sou forte. Meio doce e meio ácida.
Em alguns dias acho que sou fraca. E boba.
Preciso de um lugar onde enfiar a cara,
para esconder as lágrimas.
Aí penso que não sou tão forte assim
e começo a olhar pra mim.
Sou forte sim, mas também choro.
Sou gente...
Sou humana...
Sou manhosa...
Sou assim.
Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez.
Quero que meus erros não me impeçam
de continuar olhando para a frente.
E quero continuar errando,
pois jamais serei perfeita (ainda bem!).
Tampouco, quero ser comum e normal.
Quero ser simplesmente eu.
Quero rir, sorrir e chorar.
Sentir friozinho na barriga, nó no peito,
tremedeira nas pernas.
Sentir que as coisas funcionam e que tenho
que trocar de jeito, quando insisto em algo
que não dá resultado.
Quero aprender e, ainda assim, continuar criança.
Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz.
Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado.
Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida.
Aprecio as coisas simples e quero continuar
descomplicando o que parece complicado.
Se der pra resolver, vamos lá!
Se não dá, deixa pra lá.
A vida não é complicada e nem difícil.
Tudo depende de como a gente encara e se impõe.
Quero ser eu, com minha cara azeda
e absurdamente açucarada.
Não quero saber tudo e nem ser racional.
Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar,
onde ele se encontra: meu coração.
E essa é a melhor parte de mim.
Clarissa Corrêa
Clarissa Corrêa
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