sábado, 13 de fevereiro de 2016

FAXINA NA ALMA






"Hoje, meu dia foi assim: faxina na alma. 
Resolvi fazer as pazes com meu coração.
Aprendi que pisar na grama valem 
dez sessões de terapia.
Vi que, ás vezes, a gente chora de orgulho 
da gente e não há sensação melhor que essa.
Entendi que a gente também morre de amor 
e isso não é sinal de fraqueza,
se aprendermos a ler com coragem 
as linhas do coração.
Aceitei que viver a vida de gente grande dá um 
trabalho danado. 
Mas também uma felicidade enorme porque faz
 a gente crescer bonito. 
Hoje, eu levei um puxão de orelha 
e um beijo na testa, porque eu quero
 ser uma pessoa melhor.
Eu quero te dar um beijo de boa noite
 e quero que você saiba que eu sou SÓ uma
mulher aprendendo a viver. 
Uma mulher aprendendo a escrever e a amar.
Uma doida varrida que se preocupa com cremes,
 livros, energias cósmicas e letras de música.
Uma menina que chora quando vê a carta Sol do Tarô, 
que gosta de dormir abraçada.
Uma mulher tão igual. Uma mulher diferente. 
Que procura ser boa, não quer ser julgada á toa
 e fica deveras invocada se for desafiada.
Vou viver tropeçando (porque é assim que sou), 
mas te trago flores."
Fernanda Mello







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