"Hoje, meu dia foi assim: faxina na alma.
Resolvi fazer as pazes com meu coração.
Aprendi que pisar na grama valem
dez sessões de terapia.
Vi que, ás vezes, a gente chora de orgulho
da gente e não há sensação melhor que essa.
Entendi que a gente também morre de amor
e isso não é sinal de fraqueza,
se aprendermos a ler com coragem
as linhas do coração.
Aceitei que viver a vida de gente grande dá um
trabalho danado.
Mas também uma felicidade enorme porque faz
a gente crescer bonito.
Hoje, eu levei um puxão de orelha
e um beijo na testa, porque eu quero
ser uma pessoa melhor.
Eu quero te dar um beijo de boa noite
e quero que você saiba que eu sou SÓ uma
mulher aprendendo a viver.
Uma mulher aprendendo a escrever e a amar.
Uma doida varrida que se preocupa com cremes,
livros, energias cósmicas e letras de música.
Uma menina que chora quando vê a carta Sol do Tarô,
que gosta de dormir abraçada.
Uma mulher tão igual. Uma mulher diferente.
Que procura ser boa, não quer ser julgada á toa
e fica deveras invocada se for desafiada.
Vou viver tropeçando (porque é assim que sou),
mas te trago flores."
Fernanda Mello
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