sábado, 14 de junho de 2014

É PRECISO SABER DESLIGAR

 
  
 
Esqueça o trânsito caótico, a política,
a lista de compras.
Deixe de lado a cobrança interna, 
a dívida externa,
a tão eterna dúvida.
Viver é assim. 
Não há como negar.
Para ficar ligado é preciso saber desligar.
Fácil?
Nem tanto.
Descobrir qual é o seu tempo é tarefa nobre:
exige um grande conhecimento sobre si mesmo.
Portanto, esqueça o relógio.
Seu tempo está dentro de você. 
Chega de viver com a ansiedade no colo 
e o celular na mão.
Não deixe a agenda ocupar sem 
querer o lugar do coração.
Respeite sua hora.
Desacelere.
TURN OFF.
Mais do que correr, é preciso saber parar.
Não adianta viver no piloto-automático 
e deixar de sorrir.
Nem tirar folga e levar uma enorme 
culpa dentro da mala.
O mundo lá fora exige produtividade e imediatismo.
Aqui dentro, corpo e alma pedem menos, 
muito menos.
Como fazer, então, para conciliar 
tempos tão diferentes?
A resposta não está em livros.
Mas dentro de cada um.
Quer tentar?
Respire fundo.
Desencane.
Perca seu tempo com você!
É uma responsabilidade enorme desconectar-se, 
eu sei.
Mas vida ao vivo é para quem tem coragem.
Coragem de arriscar.
Cuidado em saber a hora certa de parar.
Difícil? 
Pode ser.
É um exercício diário que exige confiança e
um amor incondicional por tudo o que somos 
e acreditamos.
Uma aceitação suave dos próprios defeitos,
um rir de si mesmo, um desaprender contínuo,
um aprender sem fim sobre o que queremos da vida.
Não importa se tudo parecer errado e
o mundo virar a cara para você.
Esqueça.
Se esqueça.
Hora de se perdoar. 
RENASÇA.
Eu sei pouca coisa da vida,
mas uma frase eu sigo à risca:
é preciso respeitar o próprio tempo.
E eu respeito!
Acredito no que diz o silêncio na hora 
em que a mente cala.
E meu silêncio que não é mudo e
também escreve dita com voz desafiante:
confie em si mesma.
Quebre a rigidez.
Ouse. Brinque.
Viva a vida com mais leveza.
E - por favor - desligue-se.
Só assim você vai transformar vida 
em letra e letra em vida.
E ter coragem e fôlego para ser VOCÊ,
no momento em que o mundo te 
atropelar sem licença e disser:
CHEGOU A HORA!
Fernanda Mello 
 
 
 
 
 
 

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