sábado, 23 de fevereiro de 2013

OLEUROPEÍNA AZEITE CONTRA OSTEOPOROSE




Guarde bem este nome: oleuropeína. A substância, encontrada 
no azeite de oliva extravirgem, é a nova arma da nutrição 
para evitar e combater a osteoporose, doença que acelera a
 perda de massa óssea.

O cálcio que se cuide, porque seu posto solitário de melhor 
companheiro doesqueleto anda ameaçado. Calma, o mineral 
não vai perder seu lugar de destaque como protetor dos ossos - 
muito longe disso. A questão é que a ciência descobre fortes
 concorrentes para dividir com ele essa prestigiada
posição. É o caso da oleuropeína, presente no azeite de oliva. 
Um estudo da Universidade de Córdoba, na Espanha, revela 
que esse tipo de polifenol
aumenta a quantidade de osteoblastos, células que fabricam
 osso novinho em folha. Consumi-la , portanto, traria imensas
 vantagens para manter o arcabouço do corpo em pé
 ao longo da vida.

“O tecido ósseo é dinâmico, destruído e construído constantemente”, explica o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, em Brasília. Os osteoblastos ajudam justamente a realizar areconstrução. É como se fossem a massa corrida  colocada na parede para tapar os furos que aparecem com o tempo.
 Sem essas células, os buracos
ficam maiores, os ossos se enfraquecem e cresce o risco de fraturas. 
O envelhecimento e a menopausa provocam uma queda na 
concentração de osteoblastos no organismo.
 Daí a importância da reposição desses construtores, que recebem um belo reforço com a inclusão do azeite de oliva
extravirgem no dia a dia, a melhor fonte de oleuropeína.
 “Aos 30 anos nosso corpo atinge a quantidade máxima de
 massa óssea e, a partir daí, começa a
perdê-la”, nota o ortopedista Gerson Bauer, do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz, em São Paulo. Por isso é que se diz que a prevenção da osteoporose se inicia muito antes da maturidade. “Essa doença se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea,
 o que torna os ossos mais frágeis e propensos às fraturas”,
 arremata a nutricionista Clarisse Zanette, mestre em ciências
 médicas pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Com o azeite, no mínimo, esse processo destrutivo 
demora mais tempo para ocorrer. E, se alguém quiser substituir
 sua fonte de oleuropeína de
vez em quando, saiba que existe mais uma opção. “A substância também é fornecida pela azeitona, de onde o óleo é extraído”, diz Clarisse.

Não são apenas os ossos que se deliciam quando saboreamos um
 prato regado a azeite. O coração também se beneficia,
 porque suas veias e artérias ficam
livres de entraves. “A gordura monoinsaturada, principal constituinte
  do óleo, interfere nos receptores do fígado que captam o colesterol
circulante”, explica o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do
Coração, em São Paulo. “Assim, há uma redução nas taxas da
 sua versão ruim, bem como de sua quantidade total.” Já os compostos fenólicos do azeite diminuem a oxidação do colesterol, processo crucial para a formação das placas que obstruem as artérias e causam as doenças cardiovasculares. “Esse poder se deve à sua intensa
 atividade antioxidante”, justifica a
cardiologista Paula Spirito, do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro.
“Esses compostos impedem que os radicais livres - moléculas que provocam danos às células - oxidem o colesterol e contribuam com 
o aparecimento de placas nos vasos.” A circunferência abdominal é
 outra que agradece o consumo do azeite. É que o alimento ajuda a 
evitar a inflamação de uma área do cérebro chamada hipotálamo.
 A inflamação é provocada por dietas ricas em
gorduras saturadas, presentes nas carnes e nos produtos
 de origem animal.
Como o hipotálamo é o órgão responsável pelo controle da fome
 e do gasto energético, não é um exagero dizer que o óleo de oliva 
auxilia a manter a harmonia na massa cinzenta e, assim, a afastar
 os quilos a mais.
 Além disso, ele acelera a produção de um hormônio chamado 
GLP 1, que age no cérebro aumentando a saciedade e
 reduzindo o apetite.

A oleuropeína - voltamos a falar dela - tem participação no pelotão
antiinflamatório. “Esse polifenol tem propriedades antioxidantes
significativas, inibe a agregação de plaquetas e reduz a formação de
moléculas inflamatórias em todo o corpo”, afirma a nutricionista Mércia
Mattos, da Faculdade de Medicina de Marília, no interior paulista. 
Tantas propriedades se refletiriam em um menor risco de uma porção
 de males, entre eles infartos e derrames. Por falar em proteção, vale destacar, ainda, que esse antioxidante também resguarda as mitocôndrias, estruturas dentro das
células responsáveis pela obtenção de energia - dessa forma, fica mais
difícil uma célula se aposentar antes da hora.

Quando regamos o prato com azeite extravirgem, porém, não ganhamos apenas boas doses de oleuropeína. O tempero é uma ótima fonte de vitamina E. “Esse nutriente retarda o envelhecimento das células, diminuindo o risco de
tumores e doenças do coração”, aponta a nutricionista Soraia Abuchaim, do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul. O melhor é que, para desfrutar de tudo isso, bastam 2 colheres por dia. Mas tem que ser do tipo extravirgem, que concentra maiores teores da substância.
De preferência, use-o em saladas e ao finalizar pratos quentes - o azeite não gosta de calor e, se for lançado ao fogo, perde grande parte de suas
qualidades. E só o sabor, nesse caso, não basta, certo?
Dra. Maria Dora Ruiz Temoche





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